O PERFIL DA AUTONOMIA E O NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA EM IDOSOS DE ITAPERUNA
Keywords:
envelhecimento, autonomia, saúde, exercício físicoAbstract
O presente estudo investigou a correlação entre o nível de atividade física e a autonomia funcional de idosos no município de Itaperuna-RJ, em um contexto marcado pelo expressivo crescimento da população idosa no Brasil e pelos desafios
que esse fenômeno impõe às políticas públicas de saúde e assistência. Com base em uma abordagem quantitativa e descritiva, o estudo envolveu 110 participantes com 60 anos ou mais, selecionados aleatoriamente, com diversidade de sexo, condição
socioeconômica e arranjos de moradia. Utilizaram-se os instrumentos IPAQ (para mensurar a atividade física) e o SysSen (para avaliar a autonomia funcional), seguindo os preceitos éticos da Resolução 466/2012. Os resultados revelaram diferenças
significativas entre os sexos: homens apresentaram maiores níveis de atividade física e maior autonomia funcional do que as mulheres, o que foi atribuído a fatores socioculturais e ocupacionais. Em relação à moradia, os idosos que vivem sozinhos
demonstraram níveis significativamente mais altos de atividade física, embora isso não tenha refletido em maior autonomia, o que sugere uma complexa relação entre independência domiciliar e estilo de vida ativo. Apesar das diferenças observadas, não
foi identificada uma correlação estatisticamente significativa entre os escores dos instrumentos utilizados para mensurar atividade física e autonomia funcional na amostra geral (r = 0,178; p = 0,06), e a correlação fraca encontrada entre as mulheres
(r = 0,346; p = 0,002) não foi considerada clinicamente robusta. Tais achados indicam que os instrumentos avaliam dimensões distintas da funcionalidade do idoso e que sua aplicação isolada não permite inferências abrangentes sobre a relação entre
atividade física e autonomia. O estudo também ressaltou limitações como a sub representação de idosos residentes em áreas rurais, a maior participação feminina e a ausência de variáveis psicossociais. Conclui-se que a autonomia funcional está vinculada a múltiplos fatores além da atividade física, exigindo abordagens interdisciplinares. Embora não tenha proposto intervenções, a pesquisa oferece
subsídios importantes para futuras investigações e ações voltadas à promoção do envelhecimento ativo e da qualidade de vida da população idosa.